8 de abr. de 2008



eu ando cansada. alguns suspeitam que é nostalgia fibromialgia apatia. deixo as coisas para fazer. é minha forma, minha liberdade. resisto a doméstica que mora em mim. estendo o lençol pia sala balcão. usei muita força para te esquecer e ainda sim tu. nenhum dente siso nenhum juízo. já não sou tão líquida. você mexeu mexeu enquanto eu fervia. agora esta pasta grudenta de areia e solidão. regurgitofagia. meus pulsos exaustos. minha garganta cheia de girinos a arranhar. homem ilusão. nossos pecados estão abençoados dentro de um baú.

eu ando realmente bastante cansada. alguns dizem que é anemia azia poesia. não há nada a fazer sem você. resisto as alcoólicas com autoridade. lavo os lençóis arrumo a cama te espero. não tenho mais se quer um apelo. nenhum dente. banguela de alma. você me deixou sólida. você fez o que fez e me desfez. agora sou esse peso de papel a segurar tuas ondas. sono plastia. meu corpo tão exausto de não se usar. minha boca tão seca de te esperar. homem ausência. nosso amor datilografado e arquivado na Biblioteca Nacional.

2 comentários:

Cris disse...

aaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Esse homem é um trouxa de te deixar aí!
Me apresenta que eu bato!

cris

Elizabeth Maia disse...

De cara me chamou a atenção essa imagem de um "arquivo chorando" (será que é porque sou arquivista?). Pensei que viria um texto sobre como os arquivos brasileiros estão abandonados, junto da nossa democracia, e o nosso direito... Mas, que poesia mais linda. E não tem nada a ver com o que eu pensei. que boba. Parabéns pelo site. Um abraço.