5 de out. de 2010



Novo projeto - libertando a poesia do cotidiano - work in progress

objeto transitório - carrega forte carga comunicativa geralmente de maneira misteriosa, é preciso atenção : panfletos, jornais, plantas de maneira geral, alguns insetos, pássaros, brinquedinhos rebeldes (aqueles que fogem do dono e buscam novo lar).

reparar a poesia do cotidiano requer aguçado sentido e em alguns casos treinamento. sabe-se de casos perdidos.

1 de set. de 2010

29 de ago. de 2010

há sempre um lado leve e há sempre tudo aquilo que eu nunca nem quis saber o peso. há sempre uma dor latente e um sorriso saltitante como o calafrio que chega sem avisar e faz despencar a lágrima. eu ainda tento acreditar na sensibilidade mesmo que o mundocaótico me leve para a Estação da Luz. mesmo quando eu vejo a linda contradição do feio que só me diz. existe tanto ar e pressão no mesmo lugar. existe tanto amor e desamor numa mesma coisa. o que realmente me faz flutuar é o coração e o que ele me diz. me diz me diz. plagiando, como ser feliz?

12 de ago. de 2010

Detalhe do livro de bordo "A sociedade de Consumo", Serigrafia, 2010.
flertar com a alegria. tosar o cabelo. rebelar-me. esquecer o depois e o antes. mergulhar num infinito (ou ínfimo) respiro. ar. ar. ar. sorte azar. destino. tudo o mesmo. cansada da covardia reta da defesa. eu sou da resistência. acoada como pata. mas ciscando como galo em território inimigo. quando o estômago me avisa é hora de voltar a ser humano. não alcanço as pessoas livres. ainda me perco no maldito labirinto dos homens de má fé. ah, flertar com a alegria. sorrir para o bandido. ar.ar.ar. estúpida e satisfeita com um sorriso de girafa na cara.

11 de ago. de 2010


Foto de Raul Zito para o site G1

Ontem tive o prazer de ver o Robert Crumb na Livraria da Vila, num bate-papo com seu amigo Shelton (do Freakbrothers) e com Caco Galhardo (adoro!).
O Crumb é ótimo, faz qualquer louco se sentir a vontade :)
Ele é desajustado, mal-humorado, mal-educado, socialista, "ex-drogado", odeia o EUA, seu país de origem, odeia flashs e autógrafos. Não tem que ser nada, fazer nada e nem dizer nada para agradar.
É um artista original, inspirado e debochado que definitivamente não tem a mínima intenção de se encaixar dentro de qualquer padrão ou rótulo.
Um ser humano livre, coisa raríssima.

5 de ago. de 2010



preguiça paralisante.
apenas ser vivo assisto animalplanet.
os cavalos marinhos melhores amantes.
os coelhos uns safados com ejaculação precoce.
o sofá minha toca.
descanso para ter forças para migrar.

16 de jul. de 2010


di de chuv em tecldo
meu tecldo etrgou e por cu de du letr tudo mudou. refém det m´quin etúpid. plvr mnhecerm dentro de mim pulndo como mcquinho.vou lev´-l pr per n chuv. umidde me fz mi humn. e o mcquinho que e dnem.

13 de jul. de 2010


de onde eu saí era um barco de tempestades. a colheita demorada e suada da labuta. uma rua escurecida pela sombra da nuvem. a mala cheia de areia e palavras inaudíveis. de onde eu vim tinham mesas cadeiras vazio. o silêncio manifestado na poeira subindo pelo raio de sol. uma casa construída sob o mar com escafandros enferrujados. o deserto de sensações absurdas. de onde eu saí tinha cheiro de tinta. barulho de serra. fogão à lenha. conversas doentes e pessoas felizes ou conversas felizes e pessoas doentes. lágrimas de cristal e de crocodilo. de onde eu vim tinha um rei generoso e cruel. tinha um rancho, sempre. nasci do amor e da tirania de quem bem se quer.

27 de jun. de 2010

você viu as cenouras gigantes? quanta vida em nosso reino. saboreamos o melhor sanduíche do mundo.com ingredientes secretos e impronunciáveis.encontramos com o pé de capim quando saímos para admirar a lua de prata.guardamos todos aqueles pequeninos países no bolso para a época das invasões bárbaras. o tempo estava tão bem-humorado ontem não? você reparou a completude passando por nós quando estávamos distraídas com as palavras pueris? embriagadas de temas e retratos éramos uma brava minoria. sei que foi uma dura revelação para você a necessidade da imperfeição. somos tão jovens e sabemos cada vez menos sobre o amor. é um disparate. amanheceu enquanto fugíamos do porvir. você tem certeza que não viu as cenouras amiga?


Gravura "Signs" de Baselitz.

26 de jun. de 2010



Adília Lopes, poetisa portuguesa.
Sensacional.

25 de jun. de 2010


a mágica da simplicidade. pássaro flor amizade. a mágica do reconhecimento. eu você outras de nós mesmas. andamos por aí com este medo de voar. tirem um pouco de ar de nossos pulmões! deixem o sal a luz a esperança. voltamos ao balanço no quintal e encontramos aquelas pequenas meninas em profundo repouso. hora de brincar de ser gente grande. a mágica da memória. criança papel segredo. vento no rosto e muita saudade.

Para a nova amiga Karina :)

22 de jun. de 2010

respirando, respirando...





pelo telefone ela me confirma o sonho enquanto engulo o café. acordei tão flutuante depois de ter ido até em casa. tem tanto mar no silêncio da noite. na geografia da alma ando muito sulista. hoje respiro melhor são paulo garoa.



Detalhe do Livro "Sociedade de consumo" - apropriação/colagem.

21 de jun. de 2010

Vídeo "Never Forever, Forever Never" baseado no conto "O espelho" de Machado de Assis.



Detalhe da Instalação "Burocracia" feita por mim em 2006

perder a magia do cotidiano é um castigo...
ando em dúvidas e desatenções,
outono sonolento.

Detalhe da obra de Annette Messager « articulés-désarticulés »

pelas janelas da memória,
sou eu que desço as escadas,
mato o mosntro de passagem,
educo meus pais.
sempre fui indolente.

10 de mai. de 2010

tenho os olhos inflamados de vida. uma vida que falta ou falha. mas que chora pelo que sobra. faíscas e farpas. tenho um coração fungando em pleno outono. tenho a semente guardada no bolso para a primavera fértil. tenho um cansaço mórbido das coisas que demoraram demais para nascer. tenho um albergue assobradado cheio de histórias riscadas nas paredes. meus sonhos são claros e curtos como minhas falas com meu amor. ando por demais infantil.


Obra de Susan Rothenberg -"Uncorked" , 2003

11 de mar. de 2010

Saudades ou come back poesia

esvaiu a vida...
a palavra
o sabor
a cor
De mansinho vem subindo, pela ponta do sapatinho, um arco-íris.
Me deixem voltar para Neverland.