18 de ago. de 2011

O gelo estala ao mesmo tempo que o trompete solta um agudo que me toca.

Entender demais das coisas é pura ignorância.

Sentir as coisas é uma sabedoria assoberbada pel0 juízo.

Entre a faca e o gume sempre preferi estar afiada,

defender o que não alcanço com minhas falhas.

Porque do pensamento, sempre me restaram farpas.

E do sentimento, fagulhas.

Antes sentir o calor das primeiras luzes alvas,

do que me perder na polar escuridão da razão.


1 de ago. de 2011

Pousou em mim uma doçura
azul ou verde não sei bem
que chegou como chuva.

Com seus tons úmidos, lânguidos,
feitos todos de palavras ébrias
diluídas numa noite,
me fez santa e ave.

Uma vergonha tão pura se fez.
Pássaros, desenhos, reflexos,
arquivos empoeirados de poemas
soprados e inaudíveis.

E tons,
tons verdes e azuis da doçura abrasada
que me faltava nas asas.