30 de abr. de 2008



Estou lendo Carta a D. , de André Gorz e acho que nunca li nada parecido em se tratando de amor... olhos constantemente marejados embaçam a leitura. Este lindo casal viveu junto durante quase sessenta anos. Dorine, sua mulher, foi sua amiga, musa, companheira de cama e trabalho e tornou-se a figura central na vida de André, incentivando sua escrita, carreira e silêncio... Neste livro ele conta essa história e faz a gente acreditar que os encontros são possíveis e que no fim, o que realmente importa é o amor. Se você está sofrendo por alguém, prepare os lencinhos.
Segue o primeiro paragrafo do livro:
"Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher."
ai, ai...

3 comentários:

Bela Figueiredo disse...

a pergunta que não quer calar: teria Gorz um clone?

Camila Prada disse...

eu tb queria um clone de Gorz... de preferência que ele se comporte como tal (ao longo dos 80) desde o 30 aninhos de idade...

Anônimo disse...

poxa, parece muito bonito mesmo. eu e a minha musa já completamos quase 10 anos juntos, só faltam 50, que eu espero durem pra sempre. nós nos auto alimentamos e nos confundimos, nos isolamos e parece que o mundo lá fora não é necessário para nossa existência. bem, só o supermercado, para comprar provisões uma vez por semana... daqui a pouco a gente não sabe mais quem é quem e qualquer dia vou me pegar olhando meus olhos no espelho e percebendo que sou ele, e não mais ela, quer dizer...
e eu que achava piegas a expressão cara-metade...
beijo pra você irmã, já estou com saudades do teu sorriso.