10 de mar. de 2008




Pedi ao poetinha que me explicasse a vida,

as engrenagens desta coisa que só sei sentir.

Sou apenas uma mulher,

dessas que ele deve ter cruzado;

Me diz que ser feliz é viver morto de paixão.

Meus lutos cansaram...

Querem viver num samba qualquer;

Meus amigos estão presentes,

plantonistas,

sem falhas, nem perdas.

Os outros caminhos,

aqueles do coração,

crio rotas de fuga

todo tempo, o tempo todo.

Defumo a casa, acabo com a festa

me tranco no quarto, desisto de mim.

Busco a mulher que sou acordada.

O Poeta da paixão me salva.

Sou forte com você,

entrego as cartas,

dou meu colo, meu mundo,

minha mais doce e cruel reação;

Criança domesticando uma águia.

Confesso nessa inútil poesia:

Queria ser dessas mulheres que dizem não.


Para o Pedro, que eu conheci no Carnaval, um Arlequim bandido...