Pedi ao poetinha que me explicasse a vida,
as engrenagens desta coisa que só sei sentir.
Sou apenas uma mulher,
dessas que ele deve ter cruzado;
Me diz que ser feliz é viver morto de paixão.
Meus lutos cansaram...
Querem viver num samba qualquer;
Meus amigos estão presentes,
plantonistas,
sem falhas, nem perdas.
Os outros caminhos,
aqueles do coração,
crio rotas de fuga
todo tempo, o tempo todo.
Defumo a casa, acabo com a festa
me tranco no quarto, desisto de mim.
Busco a mulher que sou acordada.
O Poeta da paixão me salva.
Sou forte com você,
entrego as cartas,
dou meu colo, meu mundo,
minha mais doce e cruel reação;
Criança domesticando uma águia.
Confesso nessa inútil poesia:
Queria ser dessas mulheres que dizem não.
Para o Pedro, que eu conheci no Carnaval, um Arlequim bandido...