4 de mar. de 2008

meus olhos não brilham mais como antes. meus amigos já desistiram de me falar sobre minha arte. minha angústia continua transcendental. tenho agido mal com os homens. Atenas anda me supervisionando. amei muito pouco coisas específicas. ainda acredito na humanidade. estou completamente desconcentrada das coisas práticas. mergulhei num profundo mar de abstrações. prefiro não enxergar tão bem. gostaria de sentir os cheiros das lembranças de novo. apenas as coisas mais naturais tem me acalmado. o silêncio anda gigante. minhas roupas estão largas como meus abraços. estou sufocando com a espera de minha atitude. poderia ir embora agora que ninguém notaria. alguém me espera em algum lugar. uma teia de aranha anda me assustando. estou sem apetite para as comidas. devore-me. quando eu desistir não quero mais. já não há flores em minha casa. os livros estão escondidos, junto com os diários que revelam uma pausa na minha vida. tic, tac, tic, tac...