30 de out. de 2012
3 de jul. de 2012
a lua maltrata meus sentidos e o filósofo me deixou pessimista. muito expressionista e austera. você ainda não me contou seu segredo. eu tenho que virar ilha para perder mais um pouco de mim. está na hora de cortar os cabelos e tentar salvar um pouco da poética sôfrega. só poderás me puxar para ti se me pegares pela mão. sem medo, sem medo. escuto o silêncio do mundo no caos desta fera. não há cosmos. tenho um pouco de dó dos tolos e muita consideração pelos que conseguiram se distrair desta maldita e infindável angústia. eu não. sempre essa tola sofredora com dois terços de instinto e o resto de uma razão surrada. hoje não era dia de romance? as moiras teçam sem cessar suas linhas coloridas. me amarram. me sufocam. e você por que não larga esse esconderijo e vem me salvar?
15 de abr. de 2012
vasto costão de pedras mudas. nenhuma vênus. nenhum brancusi. nada para modelar. o pó que cobre os livros não vale um cigarro. já não se ama como antigamente nesta paisagem de mármores frios. mesmo nas notas quentes. arranco meus olhos por enxergar demais. jogo xadrez no escuro que é como se deve levar o tempo. não me faça sentir pertencimento, é doloroso. você leva chaves ferramentas imagens. e o céu despenca de memórias. essas pedras se movem. fantoches conduzidos por linhas de ouro. te encontro e acordo. teu signo ainda grudado em mim.
19 de mar. de 2012

obliterada por uma vontade de nãoseiquem
desperdiço as horas, os poemas, a beleza que ainda me resta.
não concebo essa existência vazia.
onírica estou sempre,
vadia e corrompida por uma história romântica.
se ao final, quando a barbárie chegar, estiver ainda nessa doce busca de Alice,
espero que comprem para mim um vestido rosa, um pente com fita,
um dicionário de sinônimos e chamem os amigos.
Pintura de Eva Hesse
27 de fev. de 2012
16 de fev. de 2012
10 de fev. de 2012
Passo as horas quentes desta tarde de fevereiro tentando te encontrar Marc.
Por que você partiu assim sem receber sua dose de Bossa?
Agora sou sua Watson nesta investigação e é elementar que você estava exausto.
Mas... do que?
Da vida moderna, dos amantes enganados, da subversão da arte, da busca pela solução mágica contra a solidão e a estupidez humana?
Perdemos um romântico, perdemos mais uma alma sensível para o aferroador mundo das aparências.
Não te encontro Marc.
Você já deve estar em Capadócia contando suas histórias do Rio.
E eu, que sou esse deserto lotado de amor e insucessos,