
9 de fev. de 2009

4 de fev. de 2009
parou o tempo antes que eu pudesse perceber. se eu fosse ao passado ou me encontrasse no futuro te deixaria naquele instante. o cheiro me traz uma lembrança triste. seus olhos distantes de menino fugitivo amargam a língua. não fui tão longe para te ver ausente. ando sempre com uma faca e uma flor para as horas de emergência. meu silêncio desafinou. fui mantida em um mundo que não faço mais parte. tudo para realizar o sonho e entregar o carinho. não se contém o que é bom num mundo de tempestades. sua casa tão vazia quanto a minha aguarda a primavera an passan.
sobre um menino, um sonho e um domingo.

Tenho saudades do quintal da velha senhora, onde todos os tipos de flores se encontravam, desarmonizando-se felizes e multi cores. pelo copo-de-leite, nutria eu especial sentimento. Como uma flor pode ser tão branca e trazer consigo tanta alma... tanta lembrança?
O meu peito que é pequeno e confuso, sente agora um pesar difuso. E sente, tão desesperadamente, que parece antes nunca ter sentido nada.
Tenho pena do teu desejo contido, miserável e faminto que me comove mas não me ascende.Tenho pena dos bares vazios, da comida que fermenta na geladeira, esquecida e desperdiçada.
Tenho pena das palmeiras da alameda, onde os carros passam sem contemplação, atrasados de futuro.
Tenho pena das mulheres que nasceram meninas e também das que nasceram meninos, seminuas de desejo na calçada fria.
Tenho pena da crueldade inocente do aquário, que vive sem convivência, barreira invisível entre a dor e o nada.
Tenho pena dos copos quebrados que nunca m,ais sentirão o calor de um lábio impuro, o sabor de uma amargura.
Tenho pena da fumaça que sai do cigarro repleto de motivos, da lâmpada incandescente, piscando incessante até morrer definitivamente.
Tenho pena da coruja morta no meio da rua, visão triste e recente do improvável.
Tenho pena até dos gatos. Brancos, pardos, pretos... na noite clara, que incomoda o sono pela fresta.
Tenho pena do meu ódio remorso, amor congelado que não vê a si.
E maior do que qualquer outro, tenho pena do olhar desconhecido, que um dia também me olhou assim, compadecido.
Juliana Fernandes Vieira
Setembro de 2008
Minha amiga, irmã e parceira Juca Bala.
Deêm uma olhada na nova Ciberarte, o site do meu querido irmão Aleph Ozuas, que é só para os raros.
A sexta edição da Ciberarte , publicada no final de 2008, ganhou um projeto gráfico completamente novo, mais limpo, organizado e dinâmico.O novo design aposta em um tipo de navegação simples, objetiva eacessível, com uma interface preemptiva, que diminui a quantidade declicks para chegar ao conteúdo desejado.
Na sexta edição da Ciberarte você poderá acompanhar o som dos fluidos, a música para poucos, os espaços coletivos e esquecidos, o lesbianismonos quadrinhos, o admirável mundo novo, a recusa da guerra, o capitalismo infernal de Wall Street e o entulho planetário habitado pelas baratas.
Aleph Ozuas
Assinar:
Postagens (Atom)