21 de fev. de 2008

Espero há tempos e no fundo sei que não virá assim. enrolo as lembranças em papel de alumínio e ponho para assar. uma pitada de esperança, duas doses de conhaque, pimenta e suor. minhas bruxas estão soltas. minha casa anda cinza por trás de todas as cores. andei vagando pela madrugada catando papéis. biscoito da sorte e horóscopo eu desisti. queria uma coleção de vestidos de bolinhas, um sapato de boneca e uma fivela igual a que minha me deu e eu quebrei no primeiro dia. minha respiração não é boa. ansiedade. é normal ter tanto amor? fogo, bagunça. movimentos aleatórios e solitários. acho que estou com tendinite. facilita minha vida e tira minha roupa? desacredito no medo. ai, Vinicius, protege os fugitivos. um dia eu concerto o eixo central. meus filhos ainda nem pensam em existir.minha sensibilidade anda me irritando. não consigo mais correr. tantas manchas roxas pelo corpo, tão poucas deixadas por você. fui fiel, leal, comportada e generosa, e agora? escolhas sórdidas. absurdo. que eu seja. meu homem anda perdido no meio de lobas.arlequim. eu ainda não menti de verdade. deve ser por isso. natureza é loucura. a fascinante violência das flores não recebidas. um pescoço sem um beijo é uma agressão.
Ando me sentindo.

Um comentário:

Luara Calvi Anic disse...

Mas, que bonito, Laurita! Me sinto uma matemática das letras perto de você: uma artista das palavras?
beijocas,
Luara Calvi Anic