19 de mar. de 2014



Guinard- 1949


se alguma palavra se soltar da minha pele percorrendo lentamente esse vazio em que a noite me joga,
se algum pássaro negro ainda tiver um canto doce,
se alguma orla ainda estiver espumante,
se algum amante der o primeiro passo,
se o desejo ainda formar borboletas,
se o sorriso ainda coçar algum lábio,
se a luz ainda desenhar cores,
e as cores me envolverem em seus tentáculos,
a escuridão será fantasia
e tudo será resistência
e tudo se transmutará
em
ar.
e o vazio: sonho.

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